- Área: 336 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Rockburger, James Teng
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Fabricantes: FreshIntake Biotechnology
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em 1644, ao apresentar o barômetro de mercúrio, Evangelista Torricelli escreveu: "Vivemos submergidos no fundo de um oceano de ar, o qual, comprovadamente, apresenta peso próprio". Esta foi, provavelmente, uma das declarações mais dramáticas da história da ciência atmosférica, e possivelmente é também uma declaração impactante para a arquitetura. Seguindo as ideias de Torricelli, estamos submersos no ar, um elemento que têm propriedades próprias, as quais chamamos usualmente de clima, e que influencia diretamente a forma como habitamos. Dessa forma, se hoje em dia conseguimos criar e controlar artificialmente o clima, as paredes não são os únicos elementos importantes na arquitetura.
Esta arquitetura climática, porém, não se refere somente a expansão das ferramentas e fatores da arquitetura. As plantas, por exemplo, também são condicionadas pelo clima. Dessa forma, se olharmos para o contexto atual, não nos resta dúvida que devemos desenvolver uma nova sustentabilidade, e portanto, precisamos começar a compartilhar espaço com a natureza e para isso, é necessário ter conhecimento sobre a arquitetura climática.
O BIAS é um escritório de arquitetura e curadoria que se dedica a testar e expandir as fronteiras da arquitetura. A integração das atividades de curadoria foi a primeira consequência deste objetivo. Essa relação corresponde a intenção de engajar programas como parte integrante da arquitetura, e dentro disso, o clima é uma temática primordial, bem como as questões de sustentabilidade que caminham junto.
Durante a Taoyuan Agriculture Expo 2018, o BIAS desenvolveu um projeto experimental nomeado Greenhouse as a Home [Estufa como Lar, tradução livre], onde o espaço no qual o humano habita é intersectado por diferentes zonas climáticas e suas plantas. Os materiais convencionais de construção de estufas foram organizados para separar os espaços com diferentes características climáticas, ao mesmo tempo que a distribuição da água e da energia é feita a partir de sistemas digitais e operáveis.
Um estudo para integrar plantio e os programas da casa foi executado e o resultado é visto no projeto, onde as pessoas que passam pelo pavilhão experienciam uma variação de clima, paisagem e atividades. As pessoas podem também desenvolver um certo senso de interdependência, o que é importante para desencadear e desenvolver a cultura da sustentabilidade.
O percurso do pavilhão Greenhouse as a home começa na primeira zona, que é úmida, sombria e fresca e é habitado por samambaias penduradas em uma estrutura de grade de aço, criando paredes ambíguas e ambientes que remetem às florestas. A segunda zona ainda é úmida, mas também ventilada e é onde acontece a maior parte das atividades. Neste espaço é onde uma grande mesa permite refeições coletivas. A terceira zona é climaticamente estabilizada e ocupada por uma fazenda vertical de hidropônicas, junto da cozinha. Aqui os vegetais frescos são colhidos todos os dias e então cozidos e dados aos visitantes. A quarta zona é mais quente e seca, e é usada para dessecar vegetais, assim como em casas com pátios tradicionais, ao mesmo tempo que permite que os visitantes tomem banho de sol. A quinta e última zona é quente, úmida e escura. É onde ficam as fazendas de fungos, junto com um teatro sensorial, onde os visitantes podem desfrutar e performances de som e luz.